Como fazer os cálculos das remunerações dos colaboradores?
O cálculo do custo efetivo com um colaborador levanta, não raras vezes, dúvidas. “Remuneração bruta” e “Remuneração líquida” são conceitos distintos, sendo relevante que ambas as partes envolvidas conheçam bem cada um, bem como o respetivo cálculo.
Estejamos do lado de quem contrata, ou sejamos nós contratados, importa saber com exatidão qual o custo total associado a um determinado nível de remuneração, bem como o valor líquido a receber no final do mês.
Esta semana ajudamo-lo neste processo, disponibilizando um vídeo explicativo.
Salário bruto
Como exemplo, estabelecemos uma remuneração bruta de 1.000 euros. Para apurar o valor base médio mensal, contabilizando os subsídios de férias e de Natal, multiplicamos os 1.000 euros por 14 meses e dividimos o total por 12.
Cálculos:
1.000€ x 14 = 14.000€ / 12 = 1.166,67€
Contribuições para a Segurança Social
A Taxa Social Única (TSU) é a contribuição paga mensalmente à Segurança Social tanto pelo empregador como pelos trabalhadores, e corresponde a 34,75% do salário bruto.
Cabe às empresas pagar uma taxa de 23,75%, e aos funcionários os restantes 11%.
Cálculo para empresas:
1.000€ x 23,75% = 237,5€
237,5€ x 14 = 3.325€ / 12 = 277,08€
Cálculo para colaboradores:
1.000€ x 11% = 110€
110€ x 14 = 1540€ / 12 = 128,33€
Seguro de acidentes de trabalho
O seguro de acidentes de trabalho é obrigatório para todas as pessoas ao serviço da empresa. O valor pode variar em função da apólice contratada, ou do risco inerente à profissão exercida, entre muitos outros fatores, e pode rondar, em média, 1% dos rendimentos globais a segurar.
Cálculos:
1000€ x 1% = 10€
10€ x 14 = 140€ / 12 = 11,67€
Subsídio de alimentação
Tenhamos em conta os limites de isenção de incidência de IRS e de TSU do subsídio de refeição, 4,27 euros por dia caso seja pago em dinheiro, de 6,83 euros no caso do cartão bancário pré-pago (designados cartões refeição).
Para calcular o valor anual, basta multiplicar uma média de 21 dias de subsídio de alimentação por mês por 11 meses (não se contabiliza o mês de férias).
Exemplo (pago em dinheiro):
4,27€ x 21 dias úteis = 89,67€ x 11 meses = 986,37€/12 = 82,20 €
Exemplo (cartão refeição):
6,83€ x 21 dias úteis = 143,43€ x 11 meses = 1.577,73€/12 = 131,47€
Outros custos
As empresas devem ainda assegurar aos trabalhadores:
• formação e auditoria de higiene e segurança no trabalho;
• medicina no trabalho; e
• formação profissional, sendo obrigatório disponibilizar 35 horas por ano de formação acreditada.
Custos totais
Tendo em conta o nosso exemplo, vejamos agora qual o custo do colaborador para a empresa:
Por mês (média):
Salário base: 1.166,67€
Segurança Social – Empresa: 277,08€
Seguro de acidentes de trabalho: 11,67€
Subsídio de refeição: 131,48€
Custo médio mensal: 1.586,89€
Retenção na fonte IRS
Consideremos que o colaborador em questão se enquadra na tabela “Casado – dois titulares”, e que tem um filho. Consultando as novas tabelas para 2016, para o vencimento bruto de 1.000 euros, a taxa de retenção é então de 10,6%.
Cálculos:
1000€ x 10,6% = 106€
106€ x 14 = 1484€ / 12 = 123,67€
Vencimento líquido
Tendo em conta o nosso exemplo, vejamos agora qual o valor líquido a receber pelo colaborador:
Por mês (média):
Salário base: 1.166,67€
Subsídio de refeição (cartão): 131,48€
Deduções:
Segurança Social – colaborador: 128,33€
Retenção de IRS: 123,67€
Valor líquido: 1046,14€

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